Meu anjo mau

Meu anjo mau

Ah... Minha anjinha imaculada

És tão pura que tenho medo

De te violar, de te possuir.

E ao mesmo tempo

Tua graça e inocência

Seduz e atrai.

Ah... Como és linda

Quietinha...

Esses seus olhos

Cor de mel,

Destilam todo

Meu fel.

Tenho medo de você

Anjo bom,

Medo de fazer você cair

Do céu aonde habitas,

Receio de contaminar

Tua pureza

Parasitar tua beleza.

Temor e desejo

Se fundem em equilíbrio.

Você é meu ideal

E talvez como ideal

Deva continuar eternamente.

Ah... Tu não sabes

A força que tens,

Tu és meu vício verdadeiro

A droga que me mata

E corrói por inteiro.

Você é o que eu fui

E não sou mais,

Você é aquilo que

Eu quero ser

E não consigo.

Tu és, sem fazer força,

Por que tens em tamanha

Plenitude e inconsciência,

Aquilo que é próprio

Da tua essência.

Ah... O que eu vou fazer agora?

Tu és meu amor

E meu Cupido,

Tesouro que encontrei

E me deixou perdido.

Quero me aproximar

Possuir-te,

Mas tenho medo

Da sua sagrada inocência.

Ah... Mas não é certo,

Meu sagrado amor deve

Ficar de todos!

E até do céu, encoberto.

Deve ficar escondido

No altar do meu coração,

No escuro do meu quarto

Feito fervorosa oração.