Ode à Recifense

Morena cor de pecado

Com os cabelos jogados

Nos ombros desnudos

Transformas em absurdo

Meu dia ordinário

Minha rotina de operário

Sofreu um abuso

Quando eu descobrir um dia onde tu vives tão linda

Escreverei uma poesia do Recife à Olinda

Teu nome será meu mote

De minha fome um pote

De uma comida de sustância

Na tua mão a minha sorte

Meu matulão pra eu ir pro Norte

Pra minha vida de infância

O jeitinho doce das cadeiras de teu andar

Embelezam a vista a qualquer custo

Entre os caminhos das ladeiras até o mar

Sou o primeiro na lista de teu busto

Oh, mulata mundana ou anjo profano

Com um pedaço de pano encobrindo o segredo

Qualquer um se engana e entra pelo cano

Quando tais passando eu morro de medo

O vão da frente que me prossegue

Que sigo sem medo até que eu caia

É o mesmo chão quente que te pede

Um chinelo de dedo e uma minissaia

Com a poção de teus poros que o calor do sol desperta

Eu esqueço onde moro e perco a hora certa

Assim não há quem possa

Oh, moça das pernas grossas

Realiza meu desejo

Vamos ali para aquele emprensado

Para a gente ficar agarrado

E eu te lascar um beijo!