Saudades de Adoniran

Saudades do Adoniran

Com suas as cascas jogadas para lá

E "quais, quais, quais" para gente não chorar

Vê-se hoje sem ele o vácuo soturno em que se mergulha o samba

Que com certeza não é de gente bamba...

Ah ! Que saudades do Adoniran !

Do samba faceiro

Que tinha até cheiro...

E do Arnesto, do Jaçanã

Da maloca duplamente saudosa

Salve Adoniran Barbosa !

Que a gente cantava até amanhã de manhã.

Ouvi a Elis o chamar de triste

E fazer melodia mais triste

Pra cantar junto do Mato Grosso e do Joca

As saudades da velha maloca

Que iam um dia derrubar

Hoje jaz diversos casarões

Malocas e velhas mansões

Mas o poeta não há de chorar...

Pois na São Paulo que ele mora

Nem o trem tem mais hora

E o risco de atrasar.

... Salve o Poeta que mora no Céu !

Rodrigo Augusto Fiedler
Enviado por Rodrigo Augusto Fiedler em 07/07/2008
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