Saudades de Adoniran
Saudades do Adoniran
Com suas as cascas jogadas para lá
E "quais, quais, quais" para gente não chorar
Vê-se hoje sem ele o vácuo soturno em que se mergulha o samba
Que com certeza não é de gente bamba...
Ah ! Que saudades do Adoniran !
Do samba faceiro
Que tinha até cheiro...
E do Arnesto, do Jaçanã
Da maloca duplamente saudosa
Salve Adoniran Barbosa !
Que a gente cantava até amanhã de manhã.
Ouvi a Elis o chamar de triste
E fazer melodia mais triste
Pra cantar junto do Mato Grosso e do Joca
As saudades da velha maloca
Que iam um dia derrubar
Hoje jaz diversos casarões
Malocas e velhas mansões
Mas o poeta não há de chorar...
Pois na São Paulo que ele mora
Nem o trem tem mais hora
E o risco de atrasar.
... Salve o Poeta que mora no Céu !