OS MEUS TRÊS CE

Vivo três centenários

Sem aos cem anos chegar

Com Drummond vi

Toda Itabira se empolgar

Exposições em todo lugar

E nos lábios de cada um

“o que pode um homem

Senão outro homem amar”

Mais cem anos surgem agora

Gritos, Bravos! Os mais viris

Neste ano são cem de ausência

Do imenso Machado de Assis

Mas nem a mais aguda inteligência

Dirá se foi traição ou coincidência

Quem sabe, não foi maledicência

Capitu , Escobar e Bentinho

Guardarão, talvez por mais cem anos

Seu segredo, com paciência!

Mas aí surge um doutor capaz

De fazer a cura miraculosa

De uma nonada, o verbo surgia

Em prosa, mas com muita poesia

O médico por veredas caminhava

Escrevia, prescrevia e curava

Traçava na língua o mapa ortográfico

Cuja obra e a vida se tornaram

Há cem anos gigante e grandiosa

Tal o nosso João Guimarães Rosa

Coloquemos, pois a seus pés

Não pela morte, mas pela vida

Uma simples, mas merecida rosa!

Regina Souza Vieira
Enviado por Regina Souza Vieira em 04/10/2008
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