OS MEUS TRÊS CE
Vivo três centenários
Sem aos cem anos chegar
Com Drummond vi
Toda Itabira se empolgar
Exposições em todo lugar
E nos lábios de cada um
“o que pode um homem
Senão outro homem amar”
Mais cem anos surgem agora
Gritos, Bravos! Os mais viris
Neste ano são cem de ausência
Do imenso Machado de Assis
Mas nem a mais aguda inteligência
Dirá se foi traição ou coincidência
Quem sabe, não foi maledicência
Capitu , Escobar e Bentinho
Guardarão, talvez por mais cem anos
Seu segredo, com paciência!
Mas aí surge um doutor capaz
De fazer a cura miraculosa
De uma nonada, o verbo surgia
Em prosa, mas com muita poesia
O médico por veredas caminhava
Escrevia, prescrevia e curava
Traçava na língua o mapa ortográfico
Cuja obra e a vida se tornaram
Há cem anos gigante e grandiosa
Tal o nosso João Guimarães Rosa
Coloquemos, pois a seus pés
Não pela morte, mas pela vida
Uma simples, mas merecida rosa!