TUA BOCA

 

Ela realmente promete
Leva jeito e parece ter vida própria
Quando penso nela, penso no beijo, realmente
Não na boca que fala, que revoga.
É bela a boca, mesmo a que mente
Mesmo a que num repente invoca
Pareceres crescentes. indolentes.
É bela a boca que provoca
E a sua é indecente
Nos leva à viagem sem volta
As ações mais dementes
Como se fosse uma toca
Pro gozo fremente.
Desculpe, mas ela invoca
Pensamentos imprudentes
E a gente esquece e soca
Assim, eloquêntemente, aderentemente...
 
Quem sabe uma troca?
Na minha, tremem os dentes!
A minha, que também roga
Pelos teus lábios mais latentes
Pelo perfume dessa outra toca
Que bem sei, pulsa ardentemente...
 
Beijos calmos e transparentes.
 

Antonio Marco Barbosa Ferreira