AO TRABALHADOR DO CAMPO
Ao nobre agricultor
Que da terra tira o pão,
Que recebe todo sol
Escaldante do sertão,
Levanta de madrugada
Pega o cabo da enxada
Vai pra o campo trabalhar,
Tira da terra o sustento
E sonha a cada momento
Ver a vida melhorar.
Quando o inverno é dos bons
Tem fartura em sua mesa,
Mas se o inverno é fraco
Em casa só tem tristeza,
O filho chora com fome
O brilho dos olhos some
E a mulher se lamenta,
Ele não fica arrazado
Vai embora do estado
Pra ver como se sustenta.
Deixa o campo e vai
Há São Paulo trabalhar,
Quando consegue um serviço
Muito pouco vai ganhar,
Ganhado pouco dinheiro
Mas não entra em desespero
Pois em Deus tem esperança,
Buscando sempre a melhora
Pra voltar não ver a hora
De abraçar sua criança.
Quando recebe a noticia
Que a chuva molhou o chão,
Volta pra casa ligeiro
Compra logo um enxadão,
Diz:_ Eu sou um agricultor
No campo sou lavrador,
O meu negocio é plantar,
Abraça a sua querida
E pede ao Autor da Vida
Pra nunca mais se ausentar.