LUA
Até quando será que verei você
Eu fiquei uma hora e meia
Pela janela do ônibus
Um momento: a lua fixa eu fixo vigiava
A nuvem fazia a camuflagem cinzenta
Perdi por um tempo a sua presença, mas insisti
A visão das arvores que andavam em mim
A estrada mexia, a noite dormia sossegada
O morcego fazia carreira para o pinheiro longínquo
A casa do litoral, apreciava as ondas espumantes
A roda batia no cão e o cão latia no vazio
O buraco no asfalto e uma poça cheia de memória
Um homem musculoso, com um vaso de planta na cabeça
O pescador em seu balanço marítimo esvaziava com um balde a água que entrava no barco
A lua como companhia, a companhia da lua ao céu
A lua formosa e vespertina no meu olhar de arrebol
Enquanto em algum lugar floresce o sorriso vindo do seu coração alado
Vivendo...
Vivendo...
Vivendo...
MOISÉS CKLEIN.