Anjo do amor.

No alto daquele monte, oráculo sagrado,

vi na sua essência, um anjo ajoelhado,

olhando minha casa humilde pequenina.

Entre tantas construções audaciosas,

burguesas, mas banais, contagiosas,

num cantinho natureza da colina.

E direcionando as mãos sobre ela,

numa fé delirante, forte e bela,

invocava o Espírito Santo a visitar.

E de glorias, aleluias as atenções,

de mãos erguidas, louvores e orações,

ordenava a cada mal se retirar.

Então subi e contemplei tal beleza,

mas, parecia inócuo, me causando estranheza,

pela humildade e o semblante sofredor.

Sem refugo ao descenso e a crendice,

toda repulsa malfadada a tolice,

és a visão de um anjo do amor.