UM ESTÁGIO INFINITO

A Bia D’Albuquerque Castim

Dobrar-me-ei de bruços no colo e nos braços do teu riso.

Deitar-me-ei acolhido e derramadamente esparramado

Na tua simpatia...

Suspirarei fundo, e assim, temer-te-ei...

Não é um temor de anjos nem demônios,

Apenas o temor da perda e perca

Por culpa do sempre que nunca é eterno!

Assim, calmo e despreocupado,

Hei de provar-te que a ti sempre serei grato...

Não que seja a gratidão

De sentir-se obrigado ‘por favor’ nenhum!

Minha gratidão,

Esta gratidão que desmorona-se nos pés do infinito,

Mora no lar de tua simplicidade...

Assim como na tua cumplicidade,

Habita o meu crime ingênuo e carinhoso!

Tudo isto,

Porque nossa curta amizade,

Mas sentimentalmente eterna amizade,

Não passa de um bordel

No qual reside uma alegria incomprável,

Invendível, impagável

E improstituível!...

... Uma alegria quenga da seriedade!

Hei de morrer, isto com certeza sei!

Mas e daí? Pouco importa...

Já que a vida nos contemplou com a bonança

De vivermos parte dela frente a frente

E de costas para a maldade!...

... Agora, já bêbado em tristeza fúnebre

Me disperso,

E já fraco,

Te deixo com a dor da saudade

Que um dia será inevitável!