Para Bandeira

Que saudades do Brasil.

Lá eu era amigo do poeta.

Lia Andrade, Bandeira, Drummond

No sítio do meu avô Giubbina,

De bermuda, chinela, camiseta,

Caminhava pela grama orvalhada.

Que saudades do Brasil.

Como Lispector fui feliz por lá,

No Brasil tinha grandes aventuras, como,

Coordenar um Sarau Literário repleto

De poemas de quem sabe fazer

Do bom e belo juntando as palavras,

Passar por Passargada e visitar Bandeira.

Conhecerei meninos e meninas brancos, negros, índios...

Vou visitar a casa Encantada de Santos Dumont

Subir os degraus da escada com o pé direito.

Escada, que ele planejou, enquanto fazia o avião.

Ouvirei Vila Lobos, em sua Sinfonia de Brasilidade,

E, no Carnaval de Ouro Preto, descer as ladeiras,

Com as Repúblicas Históricas vestida de colombina.

Que saudade do Brasil.

Lá sou amiga do Bandeira

Sei que seus poemas são belos,

Tem bolsa família para os mais pobres.

E os trens sumiram das estações,

As pistas viraram sambódromos

Os rios, alguns, estão poluídos,

Mas, as pessoas são alegres, assim mesmo.

Quero ir à Sala São Paulo

Cantando o “Trenzinho Caipira”,

E beber uma caipirinha em Piracicaba

Ler as homilias de D. Paulo Evaristo Arns,

Na linda Catedral da Sé.

Vou-me embora para o Brasil!

E , se porventura vier a sentir

Saudade do vento gelado,

De ouvir um Jayhawks, imitar o toque do celular

De ver as árvores sem folhas,

E a grama queimada pela neve tão alva,

Quem sabe volte pra lá.

Talvez! Porque, aqui sou tão feliz.

Que saudade do Brasil

Lá sou amiga do Bandeira

Sei que no Brasil há Antonio, Benedito, João, Pedro.

Terei uma cama de palha de milho,

Cachaça, rapadura, mandioca e um amigo, à quem escrever.

Porque no Brasil, quem é amiga do Bandeira,

É quase, como amigo do Rei.

(Dedico este poema paráfrase ao Poeta rio pedrense "Richard Mathenhauer ")