Ana Lira

Danço sim, formosa dama,

pois eis que neste baile

o que se pensou drama,

fez-se detalhe.

Coisa miúda

ante esse canto de Cotovia

que de letra faz sinfonia

e do homem que homenageia,

vivente que já nada receia.

Danço sim, moça poesia,

mas que neste baile

nada mais se fale,

pois são precisos

os silêncios de narcisos

para que tua sensibilidade

preencha de luz e claridade

esse salão em que se baila

ao som dessa Lira de Ana,

dessa magia gitana.

Outra estrela Ana, refez a vida,

mais bela, por lhe ter havida.