NÓS, OS POETAS

Atrevidos buscamos desvendar segredos,

muitas vezes escondidos dentro da Alma,

e para que despertemos suas sonolências,

temos que apresentar lirismos e até amor,

pois arredios e muitas vezes machucados,

evitam expôr suas dores e seus fracassos.

Apresentamos então nossas formosuras,

com toques sutis nas palavras cativantes,

que desvendam mistérios até encarcerados,

pelas tristezas que não querem sequer expôr,

pois tiveram sentimentos que querem esconder,

num amor que se foi e jamais ousou voltar.

Os paliativos apresentamos em forma de colírios,

que aos poucos vão cativando a Alma dolorida,

e nas palavras onde colocamos até sentimentos,

o coração tão fechado aos poucos vai se abrindo,

como um botão de rosa de inebriante perfume,

que abre então suas pétalas de irradiante beleza.

Assim os mistérios desvendamos com poesias meigas,

que penetram nas sensibilidades de um coração ferido,

e se antes não tinha remédios para curar suas dores,

agora se apresenta já pronto para novas buscas,

pois tem um coração desperto e a Alma tão mansa,

que um novo amor com todas as formosuras então terá.

Somos os peregrinos das palavras que inebriam corações,

tantas são as formas que penetramos nos sentimentos,

pois vivenciamos o amor em todas nossas manifestações,

mesmo que para isso tenhamos que suportar também dores,

tão próprios de pessoas que amam e podem até sucumbir,

pois os poetas são vulneráveis também nas intempéries.

25-06-2010