Cadê ela: a notícia? Uma singela homenagem ao JB de Drummond, Gullar, Dines e tantos “cantores”.

Drummond me visita e diz:

“Ouvi ontem uma música vinda da sala de linotipos”.

Eu, inquieta, saio vagando por ruelas do Rio,

Saio forçando portas onde só há o vazio.

Mas ele insiste: “era doce a música”.

Mas foi mesmo ontem?, pergunto eu já em desespero.

Qual a sua fonte?, pergunto já com medo.

Sem meias palavras, ele diz: “freqüento os jornais”.

Como freqüenta-los?, me vem a dúvida.

Nas bancas, só vejo caras

Nos bancos, já ninguém senta

Nos cantos, ninguém se escora

Quem canta, já não publica

Parem as rotativas!, é ela: a notícia!

Mas cadê ela?

Ora, já não há delícia.

A notícia vem antes do grito

O grito fica preso…

E o repórter é mais um…

Num mundo de tanto nada.