Soneto para Melissa
Quando se olha, é doce o seu olhar;
mas faísca uma chama ardente dentro de si
- como se fosse recheada de pimenta
a menina que está a me sorrir.
Há uma esperança que teima em reinar
(ainda que quase nunca ela consiga ver),
que faz com que sua trsiteza tão violenta
seja sempre passagem em seu viver.
O bem e o mal, o doce e o apimentado,
um quê de terno, mais um tanto de pecado,
e minhas palavras ainda não podem lhe desenhar...
Inconstante mel, tão selvagem - tão humana!
É nesta vida tanto escrava quanto soberana,
capaz de dar prazer e dor à quem souber bem amar!