Nascida

Os rios desabaram sobre os mares de lágrimas

E uma doce voz ouviu-se no céu da noite:

Um canto como de andorinha, sem cor nem rimas,

Mas que deu sentido às flores do sol poente.

O encanto dos Faunos havia se rompido no deserto

E da noite fez-se o dia em tons de branco e lilás:

Os deuses prostraram-se diante da flor do alento

Com desejo, possuiu-lhe o amor, hoje meu alias.

Caída pela relva dos homens de almas perdidas

A vi tornar-se um adorno ao sumo deus pagão:

Corrompida pelo sangue das Ninfas adormecidas

A vi acordar em meio à febre de Adão.

Oh nascida, amada minha, morres-te tão lindamente.

Que nem pude contemplar a vida, nem de ti o amor:

Queria eu morrer para dar-te lugar a flor poente

Assim seria eu teu castigo, mas a amaria como a flor.

AO ANIVERSSÁRIO DO MEU PRIMEIRO AMOR

Luan Santana
Enviado por Luan Santana em 14/10/2010
Reeditado em 15/10/2010
Código do texto: T2555939
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