Presente

Quando olhei o teu cândido rosto

Nem queria acreditar em tal beleza.

O teu olhar fez-me vibrar

E caminhei para te abraçar fortemente,

Mas disfarçando a emoção,

Em silêncio, agradeci o que me deste.

A tua alma doce e pura como perfume

Sabia a terra molhada, seiva, sangue da vida,

Exalando um cheiro a maresia e nevoeiro.

Embriagada, senti a plenitude do teu presente,

Enleada nos teus braços, pulsou a vontade

E nossos lábios se encontraram num gesto,

O beijo aprisionou-nos, frémito de paixão.

Sorrindo, dançamos a valsa da esperança,

E, em lágrimas, sem alardes, tu partiste.

Isa Castro
Enviado por Isa Castro em 19/10/2006
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