Dedicatória póstuma

Longe da nojentíssima necrofilica praga

que rasga toda a carne podre do cadáver

é provável que mesmo agora possa haver

o bom espírito de Augusto, livre da chaga

Agora aquela mão não mais te afaga

vejo que é espírito cada parte do ser

pelo própria pele eu pressinto poder

ver que tua mente não cessou a saga

Mesmo estando corporeamente morto

neste chão ácido do cemitério absorto

tua trajetória ainda me inspira

escrevo versos saidos quase da tua mão

tua atmosfera pesada afeta meu pulmão

é quase pelos teus ares que ele respira

*em homenagem à Augusto dos Anjos

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 11/05/2011
Reeditado em 22/12/2011
Código do texto: T2963959
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