13 de maio!

Ano 1888. No Brasil, 13 de maio...
Havia séculos, imperava a escravidão...
Autoridades desdenhando, de soslaio,
da negra gente, fortes braços de então...
Eram atrozes os castigos que infligiam
os senhores, aos escravos que fugiam
em busca da sonhada liberdade...
Os que venciam, se furtavam dos açoites,
mas no pernoite, morriam de saudades
dos filhos, pais, entes queridos, irmãos,
que padeciam nas garras da prisão...

Não se ouviam os choros das negras mães
implorando que os filhos fossem poupados.
Em vão, pois lhes sangravam os corações...
De todo o seu povo, o sangue era roubado.
Eram atrozes os grilhões que os feriam.
Masmorras fétidas, lúgubres aposentos...
Presos, pacientes, esperançosos - eles criam:
seriam livres, como a Lua, o Sol, os ventos...
Assim viviam, na fetidez do ergástulo,
nossos irmãos, de brios extorquidos...

Mas, felizmente, socorreu-lhe o oráculo!
A sangue e fé, os senhores foram vencidos!
Dona Isabel, a Princesa Redentora,
acudindo-os, a Lei Áurea assinou.
Com uma pena de ouro, face à espora avassaladora
dos coronéis – os escravos libertou.
Oh! Raiou, céus, a liberdade!
Algemas lançadas fora!
Não há resquícios de saudades
daqueles infames séculos, máculas de outrora!

Eis, irmãos, meu lirismo exaltado.
Em regozijo, tentando em simples versos,
demonstrar o quão me faz jubilado:
enobrecer os cândidos corações libertos.


 

 


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