Meu Velho
        Amigo Caminhoneiro...
               E a sua velha estrada!...


Vi-te muito mais fora
Que dentro dela...
Mas sei que viveste
Mas nela do que fora.
Quando comecei a te ver
Dela fora,
Era porque teus anos
Dela já se passaram...

Mas morreste fiel a ela.
Via-se nas manhãs
Via-se nas tardes
Sentado em tua calçada
As margens da tua estrada...
Teus sonhos ali se transportavam,
Transportavam no tempo,
No tempo de idas e vindas...

Vindas e idas saudades que sentia,
Da tua amada, e dos teus rebentos.
Sentia que te devia alguma coisa,
Só que não sabia o que devia,
Hoje sei o que devo a você...

Devo esta poesia...
Devo a saudades que sinto,
Devo a falta que nos faz,
Devo a saudade do amigo.
Do amigo que partiu...

Nunca passei por tua calçada
Sem te deixar...
O meu abraço, meu afeto e meu respeito.
Não te estimo menos que em vida,
Só sinto mais saudades...
Saudades e a certeza de que
Só o encontrarei na estrada.

A mesma em que teus velhos companheiros
Em comboio te aguardavam...
Estrada sem abismo, sem pontes
Sem os perigos das BRs,

Sem assaltos nem sobressaltos,
Onde não se quebra a barra de direção,
Nem se perde o rumo!...
Não se perde a viagem,
Embora não se tenha o frete de volta!...

Mas com certeza esta é
A mais bela das estradas,
A mais bela das viagens...
A única que seguiremos
Com o consentimento de Deus!...

Não olhe para trás...
No seu final encontrarás o paraíso.
Guarde o nosso lugar
Um dia, estaremos juntos...
Ou na mesma direção!...


Ao Sr. Bebé Leite,
          As minhas eternas saudades!...

Russas, 2001
          Francisco Rangel











Francisco Rangel
Enviado por Francisco Rangel em 25/11/2011
Reeditado em 12/06/2012
Código do texto: T3355964
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