Da dor da Morte
Hoje vi nimbos de lágrimas
desabarem de olhos tristes
sob olhares de invisíveis de anjos instrumentistas
harpas douradas anunciando
a abertura dos portões
E lá se vai a velha moldura de barro
ao pó retornando para se desfazer
em criptas obscuras num entulho de ossos secos
E a dor é o que resta nestes corações dilacerados
mas o outono sopra os gravetos ressecados
da saudade sob o luar das folhas mortas
para que o vento ao amanhecer
traga a chuva aos nossos jardins
de lírios e jasmins sob frágeis vasos de argila.