GENTILEZA

Eu sempre me perguntava

Se com meu irmão e meu primo

A gentileza,

O bom gosto,

A educação.

A cortesia

Haviam acabado.

Para onde quer que eu olhasse

O que via?

Pagode, funk,

Homens matando e espancando mulheres

Deslealdade, deselegância, vulgaridade.

Não podia acreditar

Que a humanidade se degenerasse

A tal ponto.

Como não mais ver no olhar do outro

Os sentimentos mais belos e puros?

O respeito e a generosidade?

A elegância interior

Que se torna visível

De uma forma

Encantadora?

Tudo se perdera?

Então eu não tenho mais lugar aqui.

Cadê o homem sensível da Anaïs Nin?

Esse mesmo, que eu a vi descrever

Tão lindamente

Em seus livros.

Não existe mais.

Alguém o viu passar por aí?

Mas existe sim.

É raro, difícil de encontrar.

Não será visto em meio

À vulgaridade

Do mundo moderno.

Mas existe e eu o encontrei.

Oh, sim, o encontrei,

Na doce figura de um amigo

Que mistura

Elegância,

Gentileza,

Bom gosto,

Cortesia,

Generosidade,

Caráter.

É para você,

E somente para você,

Que é uma dessas raras

Pessoas,

Que decido retornar

À poesia.

Para ter poesia

O homem tem que

Ver-se cercado de beleza.

Mas a beleza que está

Nos mínimos gestos;

Na delicadeza;

Na cordialidade;

Nas palavras carinhosas que

Enchem a alma,

De quem as escuta,

Da mais pura harmonia.

E se o poeta-cantor me permitir,

Uso suas palavras

Para dizer que

Seu jeito doce

Me faz seguir,

"Encantada,

Ao lado teu".

Feliz porque

Agora eu sei:

A gentileza e a delicadeza

Não morreram.

Obrigada, amigo,

Por ser o que traz,

Para dentro de meu peito

Ferido,

A esperança

De que ainda

Posso ter esperança

...

Na VIDA!

11 de dezembro de 2012 – 00:49 horas – Campos dos Goytacazes.

Emar Vigneron

Emar
Enviado por Emar em 11/12/2012
Reeditado em 11/12/2012
Código do texto: T4029857
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