MINHA BRANQUINHA
Naquela tarde, ao deitar, vieste em meus sonhos
Branquinha! Brincavas ao redor da cama,
Colocando os pezinhos nas sandálias de borboletas coloridas
Me olhando nos olhos, sorrias
Acordei saudosa daquele bebê
Foi tão real, que pude sentir o cheirinho.
Algum tempo depois veio a confirmação: já estava a te esperar
Longos meses, eu, às vezes, impaciente
Querendo logo te ver em meu colo, meu bebezinho.
Te esperei com tanta ansiedade, que quase vieste antes do tempo.
Em meu aniversário, te esperei como presente
Mas a natureza é sábia.
Passaste o meu... o do teu pai...
Chegaste no teu dia.
Pra ser a minha Anjinha, vieste igual ao sonho, minha branquinha
Hoje cheia de poses, me dizes, sorrindo:
Quero ser uma doutora, alta, loura... Que lindo!
Porque, pra mim, vais ser sempre a minha branquinha
Te quero sim, senhora doutora, que sejas alta e loura, Que sejas sempre feliz.
Sempre tão companheira, prestativa, cheia de vida
Nem lembro mais daqueles dias, em que eu passava a noite vigiando teu sono
Segurando a tua mão, por medo de te perder.
Tristes dias, que neles não quero pensar.
Emoção mesmo, foi no dia, ao pé da cama
Engatinhavas pela casa
Quando achaste a melissa da tua mana, aquela cheia de borboletas coloridas
Que no pé insistias em calçar; tive que conter o coração
Repetias os mesmos gestos do meu sonho,
Sejas muito feliz, minha doutora, alta e loura.
Simplesmente minha branquinha.