Por que gosto de poesia
Gosto de ler poesia,
não como quem come spaghetti,
nem como quem corre maratona.
Leio poesia solenemente,
tentando decifrar os enigmas,
o que está por trás das vírgulas
ou das reticências.
Muito se fala nas entrelinhas,
há suspiros gravados em certos ésses,
alguns menos oportunos,
outros, desfalecem.
Gosto do desenho da poesia,
seu arranjo de pensamentos,
aos poucos percebido nos momentos.
Um soneto, uma elegia...
aos pares vão deslizando os sons
que a alma transborda em seus enleios.
Pode ser uma dedicatória, ou em fábulas,
a poesia se apressa em falar
tudo o que se passa
no íntimo de seu poeta.
Gosto de cheirar poesia,
de exalar seus poros abertos
no extremo dos dedos,
compassivamente levando ao limite
qualquer ideia que me motive.
Ah! poesia ao bendizer
seus versos compilados ao entardecer.
A beleza de seus trejeitos
a me deixar inebriada com tantos movimentos.
São Paulo, 5 de fevereiro de 2013.