AMAPOLA
AMAPOLA
*Gilda Pinheiro de Campos*
Com esta música me reporto ao
meu tempo de criança e aos braços
de meu amado pai...
Hum...fecho os olhos...
o sinto me abraçando
e fazendo adormecer com suas histórias,
seu amor..
Com é fácil entrar no tunel do tempo e
vivenciar momentos lindos...
Como esta música tem esse poder...
Como o amor, a ternura, o carinho são
mensagens que ficam gravadas
na mente e no coração...
Consigo ver meu adorado pai sentado
em sua escrivaninha escrevendo seus artigos.
estudando direito, seus livros de capa vermelha
guardei por um longo tempo....
Depois com as mudanças simplesmente
desapareceram...
Mas o que não desaparece são as memórias
que as vezes me veem com música,
poesia, ou mesmo com
um cheiro ou uma festa de São joâo,
Carnaval, Ópera, Teatro Municipal...
Seu amor pelo trabalho, pela política,
acabou por leva-lo a um fulminante infarto...
Aí começaram os problemas, as dificuldades...
As tristezas, a solidão...
Desde esse tempo comecei a senti-lo
caminhando no corredor de casa,
as vezes era seu perfume, quando triste,
até sua presença ...
Ah papai, que saudade sinto ainda...
Foi tudo tão repentino...
Você me beijou e saiu... não voltou mais...
duro foi entender, foi vê-lo morto e tão sereno...
Na minha inocencia, pensei que estava dormindo...
A morte eu não conhecia...
Essa senhora me era desconhecida...
E eu perguntei várias vezes por que?
E a noite chorava e pedia que voltasse...
Até que cansei...o natal chegou...
Já tinha sido avisada
por minha mãe que o papai noel
tinha morrido...que era você ...
chorei muito...mais uma perda...
A cartinha que escrevi e
que você respondeu, também guardei
por muitos anos...perdeu-se...
Nela com sua letra linda
me dizia que meu pedido
tinha sido atendido...
E assim papai...
Fui tendo perdas pela vida a fora...
Até que...tudo mudou agora...
Sou livre...
Encontrei o amor no caminho...
E nada mais lindo e transformador ...
Voltei a sonhar, poetar
E quiçá até papai...te encontrar...