A Leminski e Drummond
Distraído...vencerei
Esta minha estranha mania
De querer extrair poesia
Dos meus ais...
É como o voar dum pássaro cansado
Sobre uma colina vazia
É como querer voar pelo mundo
Com o osso da asa quebrado
É como se tivesse no meio do caminho
Mais do que uma pedra
...muralha!
Ah...minha maldição na vida
É única coisa que se valha
Ser poeta de mim mesmo
Do infinito
E da matéria gasta
Sem piedade no destino
Lágrimas que misturam-se
Com o súor da face
Dono das mentiras mais bonitas
Com o sorriso mais forjado
Com uma reles lanterna
Sem pilha...
Ofusco o brilho de todos os faróis
De todas as praias...
Por enquanto sigo esse caminho
Faço da distração
Única arma
Ah...minha maldição na vida
É querer...
Matar minha fome de ânsia
No mesmo prato
Por Leminski degustado
É querer...
Saciar minha sede de esperança
Na mesma fonte insalubre
Que Drummond sentia-se saciado