Antonio Conselheiro e o Belo Monte

Conselheiro quis mudar

A cultura do sertão

Perto do vaza-barris

Fundara lindo rincão

Belo monte representa

A terra da promissão

Canudos uma utopia

Do pequenito roceiro

Lugarejo transformado

Num reduto prazenteiro

O sonho de um povo pobre

E também de conselheiro

Dessa luta sem igual

Ficou bastante pesares

O governo massacrou

Pequenos familiares

Levando a grande chacina

Muitos jovens militares

Centenas de proletários

Sofreram grande tormento

Conselheiro como líder

Esquentava o movimento

Belo Monte transformou-se

Num velho palco sangrento

Em volta de Conselheiro

Tinha grande multidão

Vindo o negro fugitivo

Da fazenda do patrão

Procurava Belo Monte

Como única salvação

Belo Monte consagrou-se

Em verdadeira assembleia

Conselheiro como chefe

Dominava a patuléia

Depois a mesma escrevia

Com sangue a sua epopeia

(Para o generoso Euclides)

Conselheiro não foi nada

Numa linguagem barroca

fez diatribe pesada

Mostrando que aquela gente

tinha que ser derrotada

Belo Monte não morreu

Nem ficou como lendário

Representa a resistência

Do camponês solidário

A luta de Conselheiro

Pelo nosso proletário

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 28/11/2013
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