PARA OS ALUNOS DO SEGUNDO 'A'
A história é a seguinte: em 1999 alunos e professores do CEFAM (Centro Específico de Formação do Magistério/Franca) viviam um momento singular: o diálogo interdisciplinar promovia abertura de debates calorosos, proporcionava projetos inéditos e todos éramos sujeitos do processo pedagógico. Sob a coordenação de Maria Ângela Vilhena Ambrósio muito se fez... Acontece que os alunos do 2º A iam mais longe: Juliana Robim Nida Porfírio são apenas dois exemplos do que falo. Completamente absorvido nesse contexto eu escrevi um poema e fixei na porta da sala de aula... o tempo passou (quanto tempo?!) e, para minha surpresa - como se fosse uma capsula de tempo - numa visita que fiz à Sala De Leitura Laura De Mello Franco recebo de volta o poema... a mesma folha de papel que tinha "anonimamente" oferecido para cada aluno/a daquela série, turma, escola. Quero reiterar aqui meu apreço por TODOS VOCÊS
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Para os alunos do segundo ‘A’ que, como o mar, agora nos ensina ouvir.
O mundo é o poema, / texto
não acabado. Leia, / alma gentil!
Caminhe, feche portas. Avance.
Indique passagens, marque o caminho.
Sinalize, viaje sozinho... Suspeite, ninguém virá por aí.
As palavras tendem a ferir / a mão
que as toca. Retirar-se é saber / seguir
em frente. Para o caminho: atenção!
Quer entrar, passar? Leia poema.
Na densa floresta da leitura / portas
Abertas serão escolhas. Acerca-te da floresta,
serás clareira de poesia.
Serás Ilha no curso da imaginação.
A poesia alcança a pressa da pena
e espera, calma, no papel.
O esforço do poeta é perdição.
Leia o poema, caia / entre
as palavras. Desfecho é salto, é / palavra
seguinte. No final, o ponto / será
vírgula embrutecida.
O legível parecerá autêntico. / Posto
que o inverso é o verdadeiro. A / vida
possível desperta do sonho: tudo ilude.
Regresso improvável, extravio necessário.
Conforto é existir livre na leitura feita.
Foto: A história é a seguinte: em 1999 alunos e professores do CEFAM (Centro Específico de Formação do Magistério/Franca) viviam um momento singular: o diálogo interdisciplinar promovia abertura de debates calorosos, proporcionava projetos inéditos e todos éramos sujeitos do processo pedagógico. Sob a coordenação de Maria Ângela Vilhena Ambrósio muito se fez... Acontece que os alunos do 2º A iam mais longe: Juliana Robim Nida Porfírio são apenas dois exemplos do que falo. Completamente absorvido nesse contexto eu escrevi um poema e fixei na porta da sala de aula... o tempo passou (quanto tempo?!) e, para minha surpresa - como se fosse uma capsula de tempo - numa visita que fiz à Sala De Leitura Laura De Mello Franco recebo de volta o poema... a mesma folha de papel que tinha "anonimamente" oferecido para cada aluno/a daquela série, turma, escola. Quero reiterar aqui meu apreço por TODOS VOCÊS <3
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Para os alunos do segundo ‘A’ que, como o mar, agora nos ensina ouvir.
O mundo é o poema, / texto
não acabado. Leia, / alma gentil!
Caminhe, feche portas. Avance.
Indique passagens, marque o caminho.
Sinalize, viaje sozinho... Suspeite, ninguém virá por aí.
As palavras tendem a ferir / a mão
que as toca. Retirar-se é saber / seguir
em frente. Para o caminho: atenção!
Quer entrar, passar? Leia poema.
Na densa floresta da leitura / portas
Abertas serão escolhas. Acerca-te da floresta,
serás clareira de poesia.
Serás Ilha no curso da imaginação.
A poesia alcança a pressa da pena
e espera, calma, no papel.
O esforço do poeta é perdição.
Leia o poema, caia / entre
as palavras. Desfecho é salto, é / palavra
seguinte. No final, o ponto / será
vírgula embrutecida.
O legível parecerá autêntico. / Posto
que o inverso é o verdadeiro. A / vida
possível desperta do sonho: tudo ilude.
Regresso improvável, extravio necessário.
Conforto é existir livre na leitura feita.