Paulista
Suas luzes são como olhos
Olham a minha alma e me enxerga por inteiro.
Seus prédios, a sua costela.
Que sustenta minha historia e acoberta meu paradeiro
Suas esquinas, veias pulsantes.
Misturando-se com as minhas de modo sorrateiro.
Nossos encontros, o segredo e o relicário.
O poeta e a sua loucura
O filme rumo ao cenário
Nessa louca vida noturna.
Mesmo descendo a Brigadeiro
Sob sua espreita
Com destino a Conselheiro
Pronta e perfeita.
A noite nos acoberta e o dia nos desconhece
Sob a lua e suas luzes sabes de mim plenamente
Quando chega o sol e a sombras de seus prédios
Sou apenas pedestre, ali andando esporadicamente.
Em seus entornos, Jardins e Bela Vista
Noites frias e quentes.
Emaranha-se minha história, querida Paulista.
E nem o tempo quebrará essas correntes.
Em cada farol, pedaço de calçada.
E ainda em cada placa empoeirada.
Segue boa parte da minha vida.
Ali eternamente cravada.