Entre as estrelas

A lua espreguiçando-se

embebeda-se pelas sombras

que pranteiam

na noite que embalsamámos

nesta velada poesia límpida

frenética

onde me lambuzo

ao ar fresco

que louca freme incubada

insinuante em ti

– Adormeço extasiado

nesta colossal aventura

onde ávidos nos debruçamos

retumbantes no vórtice

que alicia a aurora fugitiva

onde me amamento de tua luz

tão feroz e contemplativa

– Congratulo os tempos sequiosos

pelas cheias de amor que transporto

ainda mal rasgou o dia

num total gozo encorajado

pelas formidáveis madrugadas

renascidas metódicas

ao sabor ruflante de um verso

mais arrojado

– Se puder sairei transgredindo

qualquer ilusão passageira

que nos devora

desfraldando tantas palavras

delatoras

ditas em céleres tons

num réquiem

flébil, soluçante

ao compasso de dois corações

corrigindo uma ténue hora redentora

que se esvai

faminta

na eterna fadiga, que mendiga

meu corpo cansado

– É hora de renascer entre as estrelas

orientar nossas latitudes perscrutadas

no supérfluo e cicerone tempo

que se exila voraz

ao sabor

de um destino evocativo

que hoje transladamos em silêncios

sedutores

emanharados aos ventos que nos

fogem assim apressadamente afectivos

erguendo-nos à eternidade

tentadoramente tão utopia

furtivamente ressuscitando em alegria

FC - à coragem...à minha filha Noemi

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 03/06/2015
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