Entre as estrelas
A lua espreguiçando-se
embebeda-se pelas sombras
que pranteiam
na noite que embalsamámos
nesta velada poesia límpida
frenética
onde me lambuzo
ao ar fresco
que louca freme incubada
insinuante em ti
– Adormeço extasiado
nesta colossal aventura
onde ávidos nos debruçamos
retumbantes no vórtice
que alicia a aurora fugitiva
onde me amamento de tua luz
tão feroz e contemplativa
– Congratulo os tempos sequiosos
pelas cheias de amor que transporto
ainda mal rasgou o dia
num total gozo encorajado
pelas formidáveis madrugadas
renascidas metódicas
ao sabor ruflante de um verso
mais arrojado
– Se puder sairei transgredindo
qualquer ilusão passageira
que nos devora
desfraldando tantas palavras
delatoras
ditas em céleres tons
num réquiem
flébil, soluçante
ao compasso de dois corações
corrigindo uma ténue hora redentora
que se esvai
faminta
na eterna fadiga, que mendiga
meu corpo cansado
– É hora de renascer entre as estrelas
orientar nossas latitudes perscrutadas
no supérfluo e cicerone tempo
que se exila voraz
ao sabor
de um destino evocativo
que hoje transladamos em silêncios
sedutores
emanharados aos ventos que nos
fogem assim apressadamente afectivos
erguendo-nos à eternidade
tentadoramente tão utopia
furtivamente ressuscitando em alegria
FC - à coragem...à minha filha Noemi