Traslado
À Denilde Brasil
Quando o fundo era o próximo passo
E a cólera o refúgio de uma vida sem intuito
No dia do fim, com o espólio da perda na mão
Quando a consciência me esmagava
E a revolta me isolava, me deprimia
Na desventura irreversível da mágoa
Quando te falei da minha tarde
E no dia que adiei o fim, você o dissipou
Na minha rigidez triste conseguiu me dar acalanto
Hoje tenho um ofício, culpa sua eu não conseguir parar
Na minha noite despovoada, minha cabeça incomoda
Enquanto não sai dela para o papel
A glória, a fé, a paz, a verdade de tudo, a sua amizade.