Sutil adeus.

Eu tinha a sede de saber a historia,

ele a necessidade de falar sobre ela,

sentia pavor da solidão, eu a sabia,

via seu olhar vazio naquela janela.

Hoje ele acordou silencioso, pressenti.

Não havia nos seus olhos o tal brilho,

seus movimentos lentos eram vazios,

faltava lhe um ímpeto nas emoções.

Seu sorriso parecia querer esconder,

uma verdade que somente ele sabia,

os meus olhos buscaram a entender,

mas soube a esconder com sabedoria.

Então nos despedimos como sempre.

Um leve aceno de mão um ate breve,

caminhei pensativo com meu fardo,

ele com as suas desilusões do passado.

Veio nova manhã promessas, sonhos,

pés nos caminhos olhares nas janelas,

mas aquela fechada traduzia tristeza,

os olhos turvaram entendi, era adeus.

Toninho.

A um amigo de 98 anos.

+23/11/2015

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 08/12/2015
Código do texto: T5474272
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