Keila
Te vejo branca como o leite,
assim deitada como uma criatura
rara
em suas perfeições
de bicho doméstico.
Te sinto perfumada,
como se dormisses um botão
e despertasses flor,
cuja a delicada forma
lhe traísse a própria realidade.
Nos lençóis dos quais emérgis,
és meiga, carinho, raio de sol...
comédia, sonho, melâncolia...
és vida, mãe, a chuva da madrugada...
Um combinado perfeito
de criança e mulher.
Os teus cabelos,
que se perdem quando neles
perco os meus dedos,
me dizem coisas que eu pensava
já extintas.
Agora dormes... E te amo!