A primeira cangaceira

Todo mundo já escutou a história de Maria Bonita,

Guerreira, valente e deixou a história escrita.

Mas a mulher a qual irei falar,

Trata-se de uma cangaceira que andava com destreza a lutar.

A cangaceira do Sertão de Jequié,

Vingou a morte de um parente,

Criou e liderou um bando,

Mostrou a força da mulher.

Vem de uma família de pequenos comerciantes,

Família decidida, injustiçada no século XX,

Por Zezinho dos Laços, Coronel da região

Que mandava nos seniores sem medo da retaliação.

Ocorre então a Guerra do Sertão de Jequié,

Conflito entre cauaçús, militares e os jagunços dos ‘coronés’

Surge daí então, a cangaceira arretada.

Mulher de nada temia, forte e desaforada.

Batia, atirava, lutava capoeira,

De nada tinha medo essa mulher guerreira.

Perfil de macho, moça bonita,

Branca, alta e sem vestido de chita,

A primeira mulher a usar calça comprida.

Destaque de bravura e liderança,

A mulher sentava o dedo e fazia a matança.

Eis que vos apresento, Anésia Adelaide Cauaçú,

A cangaceira de Jequié,

Montava no cavalo de frente, enfrentava os homens com fé.

Mulher heroína, lutando contra a força do coroné.

A favor dos oprimidos, defendia os injustiçados,

Anésia deixava todos ali amedrontados.

Sabia também atirar para trás,

Anésia desde o princípio tinha o sangue voraz.

Jequié está agora muito bem representada,

Com Anésia Cauaçú, e sua fama nunca acabada.

A primeira cangaceira, que no século XX

Defendeu sua família,

E com o bando Cauaçu, Fizeram sua vigília.

Anésia bebia cachaça e fumava cachimbo de barro,

Atirava muito bem, 100 metros e não era bizzaro.

Decepava os dedos do inimigo e sua vitória era favorável.

Em 1916 foi presa, mas solta logo em seguida,

Anésia havia sido logo traída,

Pelo seu protetor, à polícia foi conduzida.

Anésia, símbolo de coragem e destemor,

Força e resistência na região de Jequié,

a mulher-bandida, imprimiu sua marca pra insistir no que quer.

Anésia mãe e guerreira, mostra a luta da mulher brasileira.

E para finalizar, tiro aqui o meu chapéu,

A Anésia Cauaçu por mostrar que sua vitória não foi jogada ao léu.

Raíne Gomes
Enviado por Raíne Gomes em 20/05/2017
Código do texto: T6004402
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.