Para negar, desvinculou

 

Abertamente vejo teus olhos lindos

Como negar

Para meu coração, inesquecíveis

Boca e voz

Cabelos e pescoço

Ancas e imagem, febril

E nas ruas ladeadas, paralelas, como as tuas

Deixa-te em caminhos de pontes

Atravessando rio, mar, aleluia

Essa inquietação

Essa magia em ser sempre pura

A voz abafada, crua, às vezes sussurrando

Às vezes gritando, extasiada

Mantendo a sensação do gostar, do se doar

Alimentando desejo, sonho, toques e danças

Na corda bamba, insinuando-te

Esse teu desejo de se mostrar nua

Alma livre, como sempre fostes

Apenas o corpo se lançando em sonho

Aberto e repleto da liberdade

O que mais puro, teu corpo, teu urro

E nas tardes quentes, nas suaves brisas, salgadas

O que te escorre pelo rosto

O sopro refresca sabor e gosto

Sede de amor, compaixão

E este rosto lindo, sorrindo

Nega realidade

Dizendo, tudo ilusão

Criando mandinga, coração

 

Emmanuel Almeida

Emmanuel Almeida
Enviado por Emmanuel Almeida em 14/12/2022
Reeditado em 14/12/2022
Código do texto: T7671556
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