⁠Abre a Janela (Para Maria João Quadros)

Nunca mais sentirei o teu abraço nas noites de fado

nas vielas escondidas, nas travessas tortuosas,

nunca mais saberei do teu coração cansado

dando voz às guitarras virtuosas...

Para onde foi o timbre da tua voz?!

A suavidade com que me tocavas o rosto?!

Não ouves ... mas estou aqui ... a sós ...

ausente de mim, sem vontade nem razão, dentro do corpo.

Incapaz de voltar atrás ... a morte chegou ...

... sinto-me impotente ... cheio de frio e solidão!

Mas a vida é um ciclo, não pára nem parou

e em nós bate ainda o teu coração...

Teu rosto, teu perfil, tudo endureceu

alumiado à chama de uma vela,

não deixes quem te ama e não morreu

"meu amor abre a janela!"

(Na Basilica da Estrela em Lisboa.

À minha querida Maria João Quadros com todas as saudades possiveis e imaginárias tipicas de quando nos afastamos ... guardo-a no coração ... para sempre.)