Oração da Mulher
Senhor! Ajuda-me sempre a manter a feminilidade
Mesmo quando a moda é ser feminista e não feminina.
E que eu consiga conviver pacificamente com o sexo oposto
Sem precisar ver nele um constante inimigo a ser derrubado.
Que a convivência diária comigo mesma,
Encarando as minhas qualidades e os meus defeitos,
Não transforme minha existência em um constante pesadelo.
E que as outras mulheres como eu compreendam
Que a vida não é uma disputa de sexo e poder.
Senhor! Que meus filhos possam ter em mim uma amiga,
E meu marido não precise sentir-se melhor ou pior do que eu.
Que o movimento feminista dos anos 20 não se envergonhe de mim,
Por “bancar” uma competição que não tem início e nem fim.
Que eu possa sentir-me bem sendo protegida pelo homem que amo,
Que eu possa receber dele o amor que me tem reservado.
Que suas gentilezas para comigo não soem com desagrado,
E eu não sinta culpa nem seja julgada como traidora do sexo frágil.
Que a igualdade prevista em lei para ambos os sexos,
Não signifique que eu precise ser estivadora para mostrar o que sei.
Senhor, que eu seja mulher e como mulher eu possa sentir,
Que a igualdade está nos sentimentos e não na anatomia.
Homens e mulheres não são e nem serão iguais,
Se assim fosse a vida seria uma monotonia.
Nem toda mulher pode lutar boxe,
Nem todo homem consegue dançar ballet.
E é justamente essa desigualdade,
Que nos aproxima e nos faz conviver.
Senhor! Ajude às minhas companheiras, mulheres como eu,
A fazer com que nosso valor seja reconhecido,
Não como das mulheres que deixaram de lado a delicadeza de ser.
Para disputar na “queda de braço” o poder que sequer necessitam ter.
Que consigamos conviver com nossas diferenças,
Complementando um ao outro, aprendendo a compensação.
E, com isso, certamente, vivermos todos como irmãos.
Senhor, eu vos imploro, ouça-me que rogo com o coração!
Ensina a homens e mulheres que nos criou sem distinção,
Que essa disputa é dispensável, que não precisamos medir forças,
E se as unirmos haverá um ganho que para ambos será uma benção.
Há espaço para todos, não é necessária a discriminação.
Que eu seja, Pai, mulher o suficiente,
Para fazer uso dessa nobre lição.
Akasha De Lioncourt – 06/03/2008