ESPERA DA PAZ

A INTRIGANTE ESPERA DA PAZ

Juliana S. Valis

Apesar dos inúmeros problemas

Que cabem no escarcéu do mundo,

É possível ver nas emoções serenas

Um resquício do que é profundo,

Além de tantas dores e dilemas,

Em cores sós do amanhecer fecundo !

Apesar de tanto caos e sofrimento,

Além do pranto, resta a esperança

Da paz que dança neste sonho lento,

Anunciando a luz da vida que te alcança,

Como uma lembrança só, lançada ao vento,

Na estrada indene de qualquer criança...

E quando a fé vier trazer certeza

Do que seja um simples sentimento humano,

Verás sentido além do mundo insano,

Na paz que venha como correnteza !

Pois do que adianta apenas reclamar,

Sem lutar, de fato, contra a dor que invade

Toda a cor humana da realidade,

Diluindo o tempo no infinito mar?

Nenhum grito se perde sem que surpreenda

O cerne de uma alma imensa e tão loquaz,

Dizendo que a felicidade humana não é lenda,

Se soubermos, sim, edificar a paz

Em cada breve dia, como uma oferenda

Que a esperança brada, sem dizer “jamais”.