WMW.SÃOSEBASTIÃO.COM.DEUS

Aqui neste paraíso privilegiado e maravilhoso,

tendo à frente um atlântico oceano azul esverdeado,

escoltado por Boracéia, Juréia e Barra do Uno,

com as costas protegidas por montanhas formosas

e envolto por um enxame de estrelas brilhantes...

Aqui, na suposta Ilha de Vera Cruz,

a beleza do sol e da estrela d´alva é tamanha,

que até a rima do pobre poeta estranha!

Observa-se a sombra agradável do cantão da Boracéia

com sua democrática área de lazer,

a solidez e a fraterna e insinuante fartura

do Morrão to Trigo da Juréia,

a tranqüilidade do doce Rio Uno unindo-se

na Barra à imensidão salgada do mar,

a força do vento selvagem que despenteia os refrescantes coqueiros,

a gaivota que flerta com o pescador, namorando o seu peixe de cada dia,

e o mar que beija repetidamente as puras areias das praias

com as suas borbulhantes e alvas línguas de espumas...

Aqui, na abençoada Terra de Santa Cruz,

a beleza da natureza é tanta,

que até a pobre rima do poeta espanta!

Contemplando tudo isso não se pode deixar de desconfiar

que por aqui, em algum dia muito longínquo e distante,

ocorreu uma longa e solene noite de autógrafos

e que todas essas obras primas divinas

só podem ser diferentes assinaturas de Deus!

Aqui, na farta Terra do Pau-Brasil,

a presença de Deus é tão forte,

que até a pobre rima do pobre poeta empobrece!

O impotente poeta não pode deixar de reconhecer:

Senhor, como Tú és poderoso e generoso!

como são belas, perfeitas e infinitas as Tuas criações!

e como, apesar de ter sido criado à Sua imagem e semelhança,

sou tão limitado, mesquinho e insignificante!

Aqui, no planeta terra e no universo,

o contraste entre Criador e criatura é tão evidente,

que até a pobreza da rima do poeta torna-se consciente e consistente!

O poeta pede ao Seu criador aqui tão presente e evidente

que esta energia pura e vital de São Sebastião o abençoe,

que o exemplo da humildade, igualdade e fraternidade

do seu povo e dos seus índios o acompanhe,

que o verde das suas matas reanime e mantenha a sua esperança

de voltar para a sua selva de pedras e de asfaltos puro feito criança

e que o brilho do seu sol e das suas estrelas

o ilumine e lhe dê energia para sua peregrina e ecológica batalha...

Aqui, junto à nação dos seus sonhos, apoiado pela confederação das tribos guerreiras

de Boracéia, Juréia, Barra do Uno, Juquei, Sahy,

Ilha dos Couves, Baleia, Camburi, Boiçucanga, Maresias,

Paúba, Santiago, Toque-toque, Guaecá, Baraqueçaba,

Ilha das Cabras, Cigarras e de São Francisco

e abençoado pelos amigos pagé Samuel e frei André,

a alegria é tão contagiante e o clima é tão confiante,

que a rima, finalmente, acredita que o poeta poderá voltar novamente,

apaixonadamente e surpreendentemente, a ser gente valente como o povo guarani!

Transformando-se no novo índio Peri, Amós do terceiro milênio,

massacrado mas sobrevivente do neo-liberalismo

e do seu “deus-mercado” egoísta, materialista e ateu,

assumindo o seu novo papel de guerreiro perseverante

em defesa da real democracia,

da verdadeira cidadania,

da liberdade,

da fraternidade,

da igualdade,

da justiça social

e da paz ...

que são direitos divinos do seu povo tão sofrido e tão varonil,

de todas as suas irmãs e irmãos nascidos nesta sua terra tão gentil,

e que estão sendo injustamente humilhados, excluídos e até mesmo exterminados

pela maligna guerra do neo-imperialismo com suas novas cruzes e espadas

contra a sua inocente, bondosa, gigante, honrada e querida tribo chamada Brasil!

Wilson Madrid
Enviado por Wilson Madrid em 11/02/2006
Código do texto: T110407
Classificação de conteúdo: seguro