Entre a espada e a pena
Aquele cavaleiro de armadura
Armadura reluzente, que enchia os olhos dos outros com seu brilho
Cravejada de rubis, de prata e de diamantes
Trazia sua espada
Manchada de sangue
Pobre soldado
Sua armadura oculta muita fraqueza
Fora embriagado com o sangue dos inocentes
Aprendeu, com sua espada
A decepar cabeça e dilacerar vidas
Pobre soldado arrogante
Soube ele que havia um desafiante
Um jovem franzino e nanico
Armado com uma pena
Que o povo levava nas costas como herói
O soldado partiu para a luta
Brandindo sua lâmina dos temores
O seu modesto adversário levantou a pena
E com ela despedaçou a espada
No meio das duas armas
Uma mosca branca voou
Voou bem alto, e se alojou nas penas de uma pomba branca
Que, com o bico,
Rachou a armadura do soldado
E furou uma velhaca bandeira
Que insistia em tremular no céu