Navio de Guerra

Ventos solstícios que sopram

No leme um mistério...

As velas balançam aos mastros,

Ouço passos na escuridão.

Berros atordoantes que ouço,

Embora, tão pouco pudera eu ouvir.

Deveria eu agir? Que nada,

A lança e a espada jogadas ao mar

Outrora lembrados pelo calor da guerra,

Mesmo distantes da terra

Por ela brigavam.

Agora, só resta esperança...

Cadáveres à proa, e a leve garoa

Lavando o convés.

Ao invés de homens cantando

Banhados a rum,

Ouvimos mulheres chorando

Lamentando seus filhos, maridos e amigos

Banhados em mar de sangue...

E aquele velho, da barba branca,

De boina branca manchada?

Deve ser pela pancada

Não ter forças para andar.

E os responsáveis quem são?

Matei muito! Mas Deus quis que eu não morresse...

Embora não merecesse, devo festejar?

Às vezes preferia estar morto!

Ou quem sabe, no porto...

Apreciando a beleza do mar...

Diego de Souza
Enviado por Diego de Souza em 18/08/2006
Código do texto: T219715