A Troca de Palco: Metáfora para Celêdian

Quando se olha para a noite, com todo o seu peso,

Com a fatalidade de seu enredo,

Não se pode imaginar, qual o processo

Que o dia usará, para irromper com sucesso.

No entanto, ele chega lentamente,

Timidamente!

Como quem quer nada.

Como quem está chegando à estrada...

Com respeito, determinação e delicadeza,

Sem qualquer sombra de conflito,

Vem apresentando sua beleza,

Seu ensolarado sorriso...

Vai impondo sua presença,

Sobre toda a resistência.

Munido apenas, pela confiança dos seus desígnios,

Pelos entalhes dos seus signos.

Ele sabe que vai vencer!

Nada há para se lutar,

Nem para defender!

É só aguardar

E ir dando andamento...

Proporcionando fundamento para o seu argumento,

Através da sua aparição tão gradual,

Quanto absolutamente genial!

Quem observava a noite no ápice da sua escuridão,

Não poderia imaginar,

Que a suavidade venceria o escuro, em sua mansão!

Exatamente transbordando leveza,

Esbanjando a mais alta beleza,

Em um espetáculo de arrepiar!

Que sempre se renova,

Transformando em poesia qualquer prosa.

O dia sabe também, que vai ter que ceder

E permitir o anoitecer.

Mas, antes, um solo final,

Absolutamente sensacional:

O entardecer...

Perfeição de se ver!

Variação fenomenal de sons,

De tons...

De visões...

De sensações!

Uma troca de palco,

Comandada pelo alto.

Enquanto a platéia observa aturdida,

A cena inconcebida!

O dia, conformadamente se deita

E a noite prazerosamente se ajeita.

Dedico esse texto a minha amiga Celêdian,

Cujo irmão passou para o palco de cima.

Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=dQYIAE6yfsk

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 15/10/2010
Reeditado em 15/10/2010
Código do texto: T2557385