Andarilho
Até chegar ao topo da montanha
Andou sozinho por todo cerrado
Passou noites sem dormi com insônia
Andou por entre os traços da Amazônia
Sentiu na pele o forte calor do sertão
Derramou lagrimas de solidão naquele chão
Conheceu antigas aldeias, velhos tribos
A cultura indígena num lugar escondido
Se banhou em mares do nordeste
Viu o drama da seca no agreste
Passando pelo clima tropical em meio a caatinga
Mulheres lindas a noite mais ainda
Presenciou fogo na mata atlântica
Fez uma canção numa madrugada romântica
Visitou a luxuria dos grandes centros
Por todos os lugares absorveu conhecimento
Dias em fazendas, vilarejos e no cangaço
No rosto do corta-cana evidente cansaço
Esteve numa passeata contra o aumento do desmatamento
O descaso das autoridades com o povo no sofrimento
Trabalhador rural, exploração, mão-de-obra infantil
Refletiu raridades e problemas do Brasil
Com sua mochila preta nas costas segue peregrino
Sonhador continua sem destino
A história de um andarilho destemido