Faz-se dia (o reconhecimento do Estado Palestino)

Faz-se dia por onde passaram os filisteus

Faz-se dia sob o manto do humanismo

daqueles pra quem só a paz interessa

Faz-se dia e a manhã já se apressa

Clareia-se o sol sobre os filhos teus

Óh, terra maltratada pelo imperialismo

Os generais de Israel - e da América fel - ainda reclamam

após tantos fungos danosos à humanidade

cravando de mortes a terra onde Cristo escolheu viver

impedindo o broto de chegar à mocidade

fazendo vidas valerem menos que poder

e tapando o sol com balas de canhão

Faz-se dia sobre um mundo de muitos ventos

Costura-se a esperança como um jogral

A diplomacia flana ao sabor da arte

De quem nasceu pra misturar raças e credos

Sim, lágrimas em Gaza ainda jorram

O mal continua aí, por toda a parte

Mas o reconhecimento que vem da América que é gente

Das mãos de um ex-operário desse meu Brasil

E que até à Argentina já se fez chegar

Faz do dia uma possibilidade menos vil

Faz da noite dama menos prepotente

Faz do futuro algo viável de sonhar.

Ana Helena Tavares é jornalista, escritora e poeta eternamente aprendiz.

Para contextualizar o poema, procure no google pelas seguintes notíciais:

Brasil reconhece Estado Palestino oficialmente

Argentina repete Brasil e reconhece Estado Palestino em fronteiras de 1967

Governo israelense critica decisão brasileira de reconhecer Estado Palestino

Americanos criticam Brasil por reconhecer Estado Palestino

Palestinos esperam onda de reconhecimento após decisão de Lula