PENSEI QUE DOERIA MAIS

Confesso ter pensado que a dor seria maior.

Que de tão intensa, cruel e fria na alma,

ou no chão me tombaria de uma vez só,

ou se abririam os céus e seria arrebatada.

Mas, que nada... Nada disso ocorreu.

Alguns sentimentos inevitáveis são.

Sim, eu fiquei triste, a saudade doeu

dentro de um peito que só amou em vão.

Principalmente nas noites de frio,

as lembranças em forma de sonhos.

Ao meu lado um lugar vazio...

Que coisa! Já estava vazio há anos.

Por que valorizei tanto seu desamor

e muito atentei pra sua falta de atenção?

Por que permiti em mim tamanha dor,

sem fundamento algum e sem noção?

Sempre choveu lá fora e aqui dentro também.

Você nunca esteve presente, não me aqueceu.

Que diferença faz agora, que diferença tem?

Nunca teve tempo, sua prioridade não era eu.

Pensei que doeria mais... Que alívio!

Que bom você se foi, partiu, passou.

Tudo bem não me levou contigo,

mas estou lúcida e a vida não acabou.

Sim, eu chorei muito ao lembrar cada momento.

Deixei cair cada gota que insistia no olhar.

Deixei secar cada lágrima que corria por dentro.

Agora, procure-se em mim e não irás se achar.

Ah, como pensei que fosse doer bem mais...

E a cada dia que passa, vai seguindo assim.

Doendo menos e esquecendo os meus ais.

Você mais longe e mais distante de mim.

Que loucura a minha, que devaneio profundo.

Que ilusão mais sem sentido, tão cheia de farsa.

Que utopia, que viajem... Sonhos tão absurdos.

Mas agora vivo! Porque antes... Morrendo estava.

Anne Jansen
Enviado por Anne Jansen em 25/04/2012
Código do texto: T3633374
Classificação de conteúdo: seguro