MEU SILÊNCIO

Estranha quietude de mim se apossa.

Uma brisa desliza pelos campos

e brincando com as flores,

vai espalhando seus perfumes,

em espirais dançantes,

chegando até mim que então suspiro.

Noto o silêncio dos pássaros.

E as flores que emergem do sono,

abrem suas pétalas oferecendo o néctar,

que as borboletas esvoaçantes sugam,

num estranho bailado combinando cores,

subindo, subindo, até desaparecerem.

Minha Alma então se manifesta.

Nota meu silêncio até no anoitecer,

que nunca deixei de contemplar,

extasiado diante dos encantamentos,

com o sol espalhando cores nas nuvens,

aguardando ansioso o anoitecer.

Um anoitecer que me extasiava.

O manto escuro estendia suas sombras,

nas matas, campos, tudo era silêncio,

e no céu com estrelas piscantes brincando,

a lua esplendorosa surgia radiante,

convidando os enamorados para se apaixonarem.

Meu silêncio agora se tornou evidente.

Uma estranha paz de mim se apossou,

quem sabe das lembranças guardadas no tempo,

suaves, entremeadas de saudades gostosas,

e num delírio onde meu coração pulsou,

pausei meu cansaço para então adormecer.

20-07-2012