Despedida

Já não caibo no passado,

não há mais espaço para o que partiu.

A vida tem um jeito engraçado de escancarar as portas,

de fechar as janelas e arrebentar as vidraças.

Hoje já não lembro do que doeu.

se não há cicatriz não há ferida.

Estamos todos libertos da vida,

já não preciso do que um dia precisei,

os sonhos, que já realizados,

participam do passado,

um lugar onde me superei.

As pessoas que se vão

levam junto quase nada,

talvez amor, talvez mágoa,

talvez saudades, talvez quase nada ou muito pouco.

E as que permanecem, permanecem caladas

ou falam demais ou não se calam.

Despedidas são boas para quem?

eu não sei...

mas é bom perceber que o que se foi, foi

simplesmente se foi, para onde não sei.

Adriana Vita de Noronha
Enviado por Adriana Vita de Noronha em 22/11/2012
Código do texto: T3998654
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