Sem dor

Não há dor que supere a morte

Na morte não há dor, após os olhos se fecharem

Não há cansaço, não há falta de amor

Talvez não haja nada ou talvez haja paz

Paz cristalina e magnifica

Atravessar a barreira que separa os vivos dos mortos

Deixar a alma levitar e subir a mais alta instância

Em uma mistura abstrata e psicodélica de cores

Cores essas que incitam transparência como a água da mais pura fonte

Voam as almas em toda sua pompa luminosa

As cicatrizes mordazes deixadas pela vida

No inóspito planeta, seco e vazio, ficam para trás

O líquido corrente, puro, limpo, escorre para curar

Não existe mais medos, angústias e nem incertezas

Só existe aquela liberdade que parecia inalcançável

Não há maldade e nem leis, o bem é só o que existe

Somos eternos na morte, somos insuperáveis

Somos energia, somos amor

Somos todos anjos