Desertos e Desejos
Compondo o enredo do poema,
o sorriso do sol
transforma o deserto adormecido
em outra estação.
Meu interior, feito antes
de monstros imaginários
e bruxas de asas brancas,
procura a solidez e,
em busca de alento
com barcas de silêncios,
cumpre o exercício
de partir e voltar,
como o sol resplandecente.
Mas muitos não voltam,
porque o caminho é feito
de estrelas movediças.
Agora, aqueço o coração,
pois o amor é matéria
que perfuma os dissabores.
Pedra do espírito, inexprimível.
O universo tem desertos
para que os amantes
meçam a extensão do amor.
Aceito as flores com seus
espinhos e mistérios.
E assim deve ser...
Até o outro tempo chegar.