TÃO ALTO
TÃO ALTO
Ate onde a estrada vá terminar
Ao meu redor, sombras que deixei
Lembrança do rápido brilho
Entre as pedras que pisei
Nas feridas cativadas a ensinar
Que o sol entre nuvens cinza
Deram o motivo pra decisão
De não mais por medo
Dessa trilha de sombras
Perder em minha alma
A aventura de continuar
Vento me avisou e questionei
Por que então no coração
Sabia que não acabaria ali
No limiar para o outro lado
Luta tão intensa que aceitei
Tão Alto Tão Alto a buscar
Caminhando tão lento e pesar
Mas em todos os momentos
O que mais me alimentou
Foi um desejo profundo
Há muito me transformou
Como um lindo soar
De uma eterna canção
Que nos olhos profundos
E pequenos de criança
Que conhece o mundo
Inocentemente a cantar
Sobre a mais bela sinfonia
Que jamais esquecerei
Bela, Forte e ininterrupta
Como o vento constante
Que sopra para o destino
E daí a alma faz sentido
E as nuvens cinza
Tão grandes e tão belas
Com a leve chuva a molhar
Pra sentirmos um traço
Do grande abraço
Do carinho do sol
Que há muito não olhei
Pra ver no caminho
Aparentemente turvo
E novo e grande começo
Desse incrível trajeto
Como escultura divina
De uma pedra a talhar
Pelo escultor do coração
Descobri em pouco tempo
Em torno do que caminhei
Vendo-me ainda pequeno
Aspirando a ser grande
Com a beleza do menino
Que no passado jurei
Que voaria Tão Alto
Tão Alto a abraçar
O que mais me feriu
E me esculpiu assim
Procurando a todo instante
Na batida continua do coração
A divina e mais desejada
Benção de Amar...
Aluísio Bórden
Em 23 de Abril de 2016
Inspirada na musica “Even in Shadows” da cantora Enya
E homenagem a William Shakespeare