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Sinto-me confuso

Distraído pelo fuso

Dessas horas que não passam quando penso em você

Sinto-me perdido

Inibido

Entre as palavras que posso escolher

Sinto-me delirando

Pensando

Em como poderia lhe satisfazer

E eu não sei

Simples assim

Não sei

Sou do tipo que sempre fui avoado

Cantando calado

Distraído com meus passos

E então você chegou

E roubou toda minha atenção

Talvez tenha sido seu olhar

Ou o som de cada palavra dita com emoção

Complicado para meu coração

Que bate e para

Volta e falha

Quando estou do teu lado

Não sei o que seria

Talvez medo do passado?

Aquela sombra vazia?

Seria medo da minha companhia?

Pois se for

Esqueça

Nada de mal lhe acontecerá em minha presença

Não irei lhe ferir

Nem com palavras

E nem com nenhuma vontade

Quero apenas lhe fazer bem

Sorrir além

De um simple vale

O vale perdido do meu pensamento

Que fica atordoado com o sopro do vento

Sempre que lembro

Daquela alvorada

A mesma em que estava

Ali mesmo molhada

Sobre a chuva

E sem fala

Não tenha medo algum

Não sou mais um

Que vai te machucar

Quero estar do seu lado quando chorar

Ou melhor

Quero lhe dar motivos para secar as lágrimas

Não precisa se afastar

Fugir

Tentar

Deixe-me mostrar o que posso lhe dar

Que posso ser alguém bom

Que posso ser mais do que imagina

Não lhe prometo rosas todo dia

Pedras coloridas

Preciosas e escondidas

Mas lhe prometo conversas ao som da chuva

Passeios entre luas

E a areia em nossos pés

Enquanto sorrimos um para outro

E deixamos a maré nos levar

Deixa-mos ela nos guiar

Sob as ondas do mar

De volta pra praia

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 12/12/2016
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5851485
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